XXXVI Renasem

Amados irmãos e irmãs em Cristo, estou aqui hoje sob a ação do Espírito Santo para proclamar a Vitória de Deus em nossas vidas.

Eu não sei o que você está vivendo, mas sei que seja o que for, Jesus está vendo de perto! Simplesmente por que Ele nos ama e não nos deixa só, seu amor vem ao nosso encontro e nos transforma por inteiros, nos dá força para continuarmos fazendo as opções corretas, e caminhar cada vez mais decididos.

Dedico esse meu artigo, a um grande amigo seminarista que está passando por muitas dificuldades. E não por que quis, mas por força do acaso, deixou sua casa de formação. Por ele, elevo minha oração de intercessão, e peço que a Virgem Mãe de Deus o proteja em suas escolhas. Maria é a Rainha de todas as vocações, ela é a sósia de Cristo, é parte fundamental na obra de salvação e redenção de Deus. Nós que somos vocacionados a fazer Sua vontade, precisamos com ela realizar uma aliança de amor, e através dela viver em unidade com o Espírito Santo.

Provavelmente já se deparou com grandes momentos. Quais momentos? De tomar uma grande decisão, de fazer ou não a vontade de Deus, momentos de grande realização pessoal, de viver uma bela conquista, de em família se alegrar pela presença do outro, ou, com situações difíceis de serem aceitas, situações de perdas, de dor, de pecado, em que de uma hora para outra tenho que assumir para mim mesmo e para as pessoas as consequências dos erros cometidos no passado e que podem sim me atormentar no presente.

Quando falamos de vocação, seja ela ao sacerdócio, a vida religiosa, consagrada, ou matrimonial, estamos falando de uma das mais eficazes ferramentas de cura que Deus, na sua infinita bondade, utiliza a nosso favor.

Gostaria que todos os que leem esse pequeno texto agora, imaginassem algo comigo. Vamos lá, coragem!

Jesus estava caminhando com os discípulos para um lugar sossegado. Ele queria paz e tranquilidade para falar com os seus escolhidos. Começaram a orar. Sempre que Jesus pensava em fazer uma grande revelação, antes Ele preparava os corações dos apóstolos para que pudessem entender e assimilar seu recado. Naquela ocasião Jesus queria se revelar como o Filho de Deus, e por isso fez a grande pergunta: “Quem dizem que eu sou?” (Lucas 9, 18). Os apóstolos meio confusos deram várias respostas. Elias, João Batista, algum dos antigos profetas que havia ressuscitado. Mas Pedro que estava com o coração mais aberto, disse: “O Cristo de Deus”.

Meus irmãos, precisamos reconhecer a presença real de Jesus no nosso meio, por que Ele ainda continua vindo até nós. Ele insiste continuamente conosco, nos fazendo essa fabulosa pergunta, ‘Quem sou eu’. Reconhecê-lo implica em deixarem-no tocar algumas cordas do nosso coração e cura-las.

A primeira é a da renúncia. Para perceber o Filho de Deus, é preciso estar disposto a desapegar-se de si mesmo, deixar que o nosso ser seja transfigurado ao ser de Cristo. A renúncia culmina na conversão. É impossível deixar para trás os antigos costumes e continuar a mesma pessoa. Tenho que me tornar algo melhor.

A Segunda é a do sacrifício. Esta palavra no hebraico quer dizer aproximar-se, trazer algo a presença do eterno. No grego diz respeito à dádiva. O maior sacrifício que podemos oferecer a Deus é nossa própria vida. Mas o que isso significa? Penso que seria trazer a presença do Senhor a nossa história pessoal, e com confiança nos aproximarmos Dele na certeza de sermos acolhidos do jeito que estivermos. Depois junto com todas as nossas dádivas, nos oferecermos para estar ao seu serviço.

 “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me” (Lucas 9, 23). Estas palavras que vão ser ditas logo em seguida realmente causam assombro, e exprimem a profundidade do chamado divino. Em momento algum Jesus prometeu facilidades, ou prazeres, ao contrário, sempre pregou o sofrimento como uma das vias de se chegar mais rápido ao céu, prova disso é a Cruz. Nunca foi dito que seria fácil, mas que valeria a pena.

 Há um mês, eu e outro irmão, Ricardo Henrique, tivemos a oportunidade de participar do XXXVI Renasem, um encontro promovido pelo Ministério para Seminaristas da Renovação Carismática Católica, com a finalidade de reunir os candidatos ao sacerdócio de todo o Brasil, para juntos estarmos em oração. Como foi abundante a graça do alto!

A palavra de ordem dada à equipe era Avivamento. Um novo pentecostes nas vidas de tantos jovens que já haviam se decidido por Cristo, mas que se viam cansados de responder essa pergunta, ‘Quem sou eu’.   

“Que os seminaristas do Brasil, estejam sempre perto do altar do Senhor sob o presbitério, e através da Eucaristia que se torna brasa viva, sejamos consumidos no mistério de Deus, fazendo com que a chama que sai de nós jamais se apague”. Não posso me esquecer das palavras de Dom Alberto Taveira: “Este ano será o ano do júbilo, da Vitória do Espírito Santo!”.

Reflitam comigo. Para que haja ressurreição, antes tem de haver crucificação, certo? Então vamos assumir nossas cruzes diárias se queremos nos encontrar com Jesus! Não existe júbilo sem grandes batalhas travadas. Não existe vitória sem renúncia. Se quisermos, pois ser vencedores, tratemos de lutar!

Eu aprendi uma coisa valiosíssima nesse Renasem, e gostaria de partilhar com todos. Deixemos-nos ser capacitados pelo Santo Espírito, deixemos Ele nos inspirar, não precisamos inventar nada, nem forçar nada, por que Ele já pensou em tudo. Buscar a santidade deve ser a nossa meta. O amor de Deus é a nossa motivação, e mesmo que venham ventos contrários, Jesus nos amparará diante das tribulações. Deus criou todas as coisas, inclusive eu e você! Mas nos criou em Cristo, fazendo Dele o rosto visível da sua bondade e misericórdia. Não existe razão em continuarmos longe, é insanidade! Só podemos existir Nele, é por isso que o nosso ser está repleto de desejos de infinidade, que só podem ser saciados quando permitirmos que Jesus nos toque.

Por isso eu profetizo sobre você hoje. Largue a sua vida velha, retorne para Deus e serás imensamente feliz. O que não significa uma vida ausente de sofrimentos! É uma promessa, não feita por mim, mas por aquele que te amou desde o princípio.  

Roberto César Braga

Seminário Maior São José

Diocese de Uruaçu/GO